Infecçäo em diálise peritoneal intermitente / Peritonitis in intermittent peritoneal dialysis (IPD)

Com o objetivo de verificar a incidência de peritonite em diálise peritoneal intermitente (DPI), assim como morbidade, flora infectante e aspectos clínicos pertinentes, foram estudadas bacteriologicamente 101 sessöes de diálise peritoneal, dentre 547 realizadas no Hospital ana Nery (INAMPS) no período de julho de 1983 a março de 1984. Foram procedidas culturas da prótese de Deane, do dialisado no 1§ e último banhos, cultura da ponta do cateter a cada duas semanas, ou quando havia sinais clínicos de peritonite. Realizou-se também estudo citológico do mesmo material. Vinte e dois pacientes portadores de insuficiência renal crônica foram incluídos no estudo, sendo nove do sexo feminino e 13 do masculino, com idades variando de 16 a 67 anos. Todos eram submetidos a duas sessöes semanais de 20 horas, utilizando prótese de Deane. Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus aureus foram as bactérias mais freqüentemente isoladas. Peritonite clínica, no entanto, com febre e dor abdominal e líquido francamente turvo, foi observada em apenas cinco oportuniddades. Com o líquido peritoneal de dez desses pacientes, foram procedidas curvas de crescimento bacteriano, utilizando-se inóculos de ñ 10**5 de Staphylococcus epidermidis, observando-se em alguns pacientes nítido efeito inibitório deste líquido após seis e 24 horas de incubaçäo a 37-C, quando comparado com o controle, que consistia em semelhante inóculo feito em tripticase soja (TSB). Os autores discutem os mecanismos de defesa celulares e humorais do líquido peritoneal e sugerem medidas profiláticas com vistas à reduçäo da infecçäo em DPI

Estudo epidemiológico da pressäo arterial em escolares de Salvador, Bahia / Epidemiological study of blood pressure in grammar school students in Salvador, Bahia

Com o objetivo de avaliar aspectos epidemiológicos da pressäo arterial na faixa etária de 07 a 14 anos, foram estudados 1.594 escolares de Salvador, Bahia. O tamanho da amostra, representativa de 270.000 estudantes de 1- grau da cidade, foi calculado com base em prevalência de hipertensäo arterial estimada em 3%. Houve partilha proporcional entre as escolas públicas e particulares sorteadas, tendo sido, a seguir, constituídos 8 estratos por idade. A pressäo arterial foi aferida pelo método ausculatório no braço direito, com a criança na posiçäo sentada, utilizando-se esfigmomanômetro de coluna de mercúrio e braçadeiras com manguitos apropriados. Para a pressäo diastólica, foi considerada a 4a. fase dos sons de Korotkoff, de acordo com as recomendaçöes da American Heart Association. Foram também aferidos pulso radial, peso e estatura. Nas meninas, além disso, foi registrada a idade da menarca. Considerou-se hipertenso o escolar cuja média de 3 aferiçöes da pressäo arterial ultrapassou o 95- percentil da PAS e/ou PAD para a idade, respeitados os padröes pôndero-estaturais para idade e sexo. A amostra incluiu 757 escolares (47,5%) do sexo masculino e 837 (52,5%) do sexo feminino, sendo 123 negros (7,7%), 629 mulatos (39,5%), 835 brancos (52,4%) e 7 (0,4%) da raça amarela. Novecentos e cinqüenta e seis escolares (53,7%) pertenciam à rede de ensino público e 738 (46,3%) à rede privada, sendo que, nas primeiras, predominaram os mulatos e negros (72%) e, nas últimas, os brancos (81,5%). Foram estabelecidos padröes de normalidade de peso, estatura e índice de massa corporal (Quetelet) por idade e sexo, e padröes de normalidade da pressäo arterial por idade